Ano Novo, lista nova! Será que em 2015 nossas resoluções saem do papel?

Metas_2015No fim de 2014, um bichinho começou a me cutucar e novamente tive um daqueles surtos de “A vida não pode ser só isso”. Não que estivesse ruim, só estava “ok”. Mas não viemos a este mundo para ter uma vida simplesmente “ok”, não é mesmo? A gente veio pra fazer a diferença e ser feliz!

Na teoria é lindo mas na prática, a rotina voltava a me consumir e me sentia cansada até para sonhar. Mas ainda bem que temos a possibilidade de mudar. Eu realmente acredito que somos o único empecilho para nós mesmos. E resolvi tirar a Sâmela “ok” do caminho.

Coincidência ou não, este mês completo 28 verões. Mestres como Osho acreditam que nossa vida é feita de ciclos de 7 anos, parece então que um novo ciclo chegou. Um ciclo que será crucial para o restante da minha vida! Quero compartilhar com vocês essa experiência de sair da zona de conforto e pensar fora da caixa! E de início, das principais mudanças que propus a mim mesma, as que já estou colocando em prática são:

Ter metas e formaliza-las para torna-las reais

Lembro de ter lido no livro que dou como dica em seguida, que para todas as coisas realmente importantes assinamos contratos, escrevemos/lemos detalhadamente, etc. Logo, por que não damos a mesma importância aos nossos sonhos? Talvez por não organiza-los e levá-los realmente a sério é que muitos de nós não temos conseguido realiza-los e vivemos frustrados ou deixando o tempo passar. Dediquei um dia inteiro a isso mas montei uma apresentação com minhas metas de curto, médio e longo prazo e atualizei minha planilha financeira. Vendo que os sonhos realmente eram possíveis entrei 2015 com um combustível a mais! Ter motivos para realizar coisas como acordar cedo para trabalhar, facilitam e deixam menos dolorosos os processos diários.

DICA QUE ME INCENTIVOU:

Livro “Olhe o que você está fazendo com a sua vida” de Yasushi Arita.

Documentário “Happy”.

Melhorar a alimentação da minha família

Não dava mais para comer como uma criança de pais desinformados. Aumentamos a ingestão de água e, gradativamente, estão saindo os itens industrializados para entrar alimentos frescos e integrais. Dá trabalho, mas se não cuidarmos da parte mais importante do nosso dia (desnutridos não fazemos nada) do que mais iremos cuidar? Estamos na fase de deixar a preguiça de lado, de repensar a quantidade de alimentos a comprar e experimentar novas combinações e sabores. Sinceramente, necessita de força de vontade porque o corpo parece ter memória e todo processo de mudança gera desconforto, mas tem valido a pena. Tenho me sentido mais disposta, e vejo meu corpo se esforçar menos para realizar suas atividades. Sem falar que a balança também respondeu positivamente! 😉

DICA QUE ME INCENTIVOU: Documentário “Muito além do peso”

Organizar minha vida financeira

Planejamento financeiro! Isso pode mudar tudo!Já venho em um processo de reeducação financeira. Passei de uma garota que aos 23 anos pagava um empréstimo de R$ 10.000,00 mas sem saber dizer no que gastou este valor, para uma mulher que vem aprendendo a não parcelar as coisas a se esforça para juntar, e aí sim comprar. Mas sinto que isso não é mais suficiente, estagnei. Essa sensação somada aos sonhos que coloquei no papel, me estimularam a querer aprender sobre investimentos. Não é tarefa fácil. Como não somos alfabetizados nesse sentido, é meio que recuperar o tempo perdido e correr atrás do prejuízo, digo lucro! Rsrs… Por ora, o que posso dizer dessa experiência de aprender sobre finanças pessoais, é que:

  • Poupança já era. Há investimentos tão seguros quanto e com liquidez diária que rendem muito mais; (esse texto ajuda a entender um pouco mais: “10 motivos para você fugir da Poupança e 7 aplicações que rendem mais”)
  • Toda vez que eu tiver a oportunidade, vou sacar meu FGTS. Descobri que ele rende a uma taxa que chega próximo a metade da Poupança, só que a Poupança já é uma caca, rende cerca 6% ao ano, meio que igualando o valor investido à inflação, logo ficam elas por elas. Imagine um investimento que nem isso rende! Isso é o que acontece com seu GFTS! Melhor tira-lo e reinvesti-lo;
  • Será necessário estudar. Infelizmente lidar com grana não é tão simples, se fosse estaríamos todos ricos. Mas só lamentar não vai nos ajudar a mudar o cenário. Estudar, ir em palestras, conversar com pessoas, ler livros, sim. Esse tipo de iniciativa nos ajudará a entender esse mundo cruel das finanças e nos ensinará formas de não sermos reféns dele. Você poderia simplesmente abandonar seu emprego hoje? Muitos de nós diriam que não, logo já estamos reféns;
  • Será preciso quebrar paradigmas, Muitas decisões não são aprovadas por gerações anteriores e isso nos dá medo. E o medo é um castrador do caramba! Lógico que a experiência conta, mas vivemos em épocas diferentes, com realidades econômicas diferentes e se queremos novos resultados, vamos ter que fugir do pensamento comum;
  • Passou da hora de pensar em minha aposentadoria. Aliás esse conceito de aposentadoria que o brasileiro vive, já não serve mais.

DICA QUE ME INCENTIVOU:

Livro “Pai rico, Pai pobre” de Robert Kiyosaki e Sharon Lechter. (extremamente necessário e possui uma versão especial para adolescentes)

Livro “Adeus, aposentadoria” de Gustavo Cerbasi.

Em breve virão outras ações como organizar minha agenda para conseguir fazer uma atividade física, reestruturar meu projeto sócioeducativo em escolas públicas (Marula Brasil) e diversificar minhas fontes de renda. Aos poucos, realmente estou tirando os planos do papel, ação mais importante de tudo isso! Arregaçar as mangas e colocar em prática! Convido você a fazer o mesmo. Se você quer ser, conquistar ou realizar algo, é você quem precisar mudar e ninguém vai fazer isso por você. Um incrível 2015 para todos nós e voltar a escrever com frequência também é uma das metas, nos falamos em breve! 😀

Sâmela SilvaSâmela Silva, é Jornalista por formação, profissional das áreas de Gestão Empresarial e Governança de TI e Palestrante pelo projeto sócioeducativo, Marula Brasil. Curiosa que é, teve a oportunidade de morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto.

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O valor das coisas

São Paulo anda me fazendo pôr a mão no bolso. Tudo é caro nesse lugar. E não caro por eu não ter dinheiro, caro porque as coisas não valem o que estão pedindo. Sei sei… Você vai dizer que é questão de ponto de vista, mas se você acha normal pagar o que paga em aluguel, mercado, serviços como telefonia e internet, restaurantes, táxi, shows, etc, acredito que você deve ter algum parentesco com o Eiki Batista ou um parafuso a menos.

Não. Pra mim não é normal. Principalmente agora, depois de ter vivido em uma outra cultura. Moçambique me abriu os olhos pro real valor das coisas. Antes de ir eu estava numa fase bem esquisita que, hoje, não consigo entender como cheguei àquele ponto. Tinha lá meus 23, 24 anos, ganhava na época cerca de 10 – 12 salários mínimos e vivia com a cabeça nas nuvens. Guardar dinheiro? Até guardava mas sempre com um objetivo, aí, alcançado o valor, gastava. Certo que aproveitei bastante mas eu estava aproveitando sem limites, sem noção mesmo. Caro? Que nada, parcela no cartão! 😉 Era assim.

Bom, hoje olho as vitrines dos shoppings (aliás, virou um programa que já não gosto mais), os anúncios na internet, e a ânsia já vem me visitar. Não tive uma vida difícil em Moçambique, pelo contrário, tinha empregada doméstica, morei na melhor casa de toda a minha vida, etc. Mas lá me deparei com o simples. Com a beleza do passeio ser um piquenique ou um café da tarde com as amigas, os encontros serem “cada um traz uma coisa e pronto” e virar uma festa, com viagens incríveis a preços bacanas. Ali, eu percebi que estava gastando com as coisas erradas.

Qual é a sua moeda de troca?Voltei decidida a implantar um estilo de vida simples. E incrível, até meus amigos mudaram. Quando os interesses mudam, o seu entorno muda automaticamente. Vida simples atrai gente que topa coisas simples. E ser simples não é se transformar em um mendigo (e olha que tem mendigo muito mais rico do que muitos de nós). É fazer trocas, é pensar duas vezes antes de gastar muito com coisas banais, é entender o valor das coisas e pensar nas necessidades e não só nas vontades. É pensar em comunidade, ver que um ato seu, interfere sim no todo, na sociedade, no planeta. Eu tenho um lista  mental de coisas caras que valem o investimento, mas é uma lista, posso enumera-las e não me perder mais nelas. Aliás, uma conta que me assustou foi refletir o quanto de tempo tenho que trabalhar para adquirir algo, isso fez eu comprar cada vez menos. As vezes, para comprar um jeans, tenho que trabalhar mais de 24h e eu sei bem o quanto cada hora de trabalho minha vale. Faça as contas, você vai cair pra trás!

E nessa de tentar gastar menos sem perder a qualidade das coisas, comecei a me questionar como são minhas relações, o que elas poderiam me oferecer além de cerveja e uma rodada de calabresa acebolada? Tenho amigos em diversos ramos de atividade, e a gente está sempre precisando de uma coisa ou outra, não é mesmo? E se agíssemos de forma colaborativa e a moeda fosse o valor que aquilo de que você precisa, tem pra você? Por exemplo, se você precisa de serviços de marcenaria e sabe fotografar, por que não trocar o seu serviço com alguém que possa lhe dar o que você precisa?

“Ah, mas a hora de trabalho de um fotógrafo vale mais do que a hora de um marceneiro”. Aí que entra o meu ponto. Depende. O quanto você precisa daquele marceneiro? A necessidade faria o valor. O preço no final seria justo para ambas as partes já que uma precisava da outra. Eu não sei se isso já tem um nome e não me interessou pesquisar, apenas expressar. Mas gostaria de estar em grupo de pessoas assim.

O que você pode oferecer?Fiquei me perguntando se as pessoas andam cobrando porque acreditam que o quê oferecem vale aquilo, ou se porque há uma onda de “bois” precificando tudo e elas acabam indo na onda. Concluí que boa parte nós se transformou em bois que só seguem o fluxo para o abate. Isso é foda. Mas ao mesmo tempo, vejo gente despertando. Movimentos incríveis de retorno a essência, ao entendimento real do valor que tudo ao nosso redor tem e é nesse meio que quero me meter. Aliás, tô precisando de pintura, marcenaria, eletrodomésticos usados pra casa nova, já eu, sou pau pra toda obra e aprendi a fazer uma caipirinha de saquê com meu pai, que ó! Alguém quer trocar? 😉

Sâmela Silva, é Jornalista, Consultora em Gestão Empresarial e TI e Palestrante pelo projeto Marula Brasil. Curiosa que é, teve a oportunidade de morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto.

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O que andam fazendo com Deus?

Olha, se eu estivesse no lugar do “Cara”, já estaria de saco-cheio de muita gente.

É com essa sinceridade que começo meu relato sobre as atrocidades que tenho visto sendo feitas em nome dEle.

Diversidade e respeito sempre! Se é do bem, que mal tem?Eu cresci com gente tentando me explicar o que é Deus. E atente-se: o que é Deus. Não um deus. Porque isso já faz diferença, o deus que me apresentaram não era uma opção. Era Ele e pronto. Com letra maiúscula e não pode ser escrito no plural. Afinal, no cristianismo há uma verdade absoluta que não pode sequer ser questionada.

O problema é que de um lado me ofereceram essa caixa sem possibilidade de alterações, e por outro, me fizeram estudar em um colégio que me apresentou um leque de opções. Resultado, uma adolescente frustrada, cheia de preconceitos, medos e dúvidas. E foi este último item que me salvou, as dúvidas.

Pontos de interrogação na cachola e uma dose elevada de curiosidade me fizeram pesquisar, experimentar, e a partir dos 15 anos foi difícil me dar qualquer resposta. Se viesse com algo “Não tem resposta, você acredita, simplesmente acredita, segue e pronto”, estava feito o estrago. Aí sim é que eu ía mais a fundo. Como assim não tem resposta? Como assim tanta coisa é proibida? Como assim eu não posso participar de outras manifestações espirituais, sociais, culturais?

E hoje, aos 26 anos, depois de muito “apanhar” para me livrar dessa bagagem pesada posso dizer que ganhei um dos maiores bens do ser humano: a liberdade. Eu experimento, me envolvo, pesquiso com a mente aberta e tiro minhas próprias conclusões. E me sinto tão livre que me permito mudar essas mesmas conclusões diariamente. Parei de seguir o roteiro pregado há séculos por gente que nem conheci, por gente que nem me conheceu e estou descobrindo o que é deus pra mim.

Hoje, o que fazem com deus é inseri-lo em contextos de interesses políticos e econômicos, mas a espiritualidade tem cada vez ficado mais de lado. As vezes me pergunto que deus é esse que inventaram que tem tempo e saco pra ficar se preocupando se você ouve músicas “do mundo”, se você é hetero ou gay, se você não é mais virgem, se você não deu o dízimo, etc. Com gente morrendo de fome e frio, sem acesso a saneamento básico, educação, sofrendo violência sexual/doméstica, e por aí vai, acho que ele tem muito mais o que fazer assim como as pessoas que se preocupam com essas moralidades.

Eu tenho medo do andam fazendo com culturas lindas como a do cristianismo...

Eu tenho receio do que o poder em mãos erradas pode fazer.

Entendi, depois de muito pesquisar e me autoconhecer, que sou agnóstica. Creio que há algo que nos move, uma energia única mais ligada a natureza do que a templos, ao silêncio do que à pregações histéricas, mais interessada em quem somos do que no que temos, mais livre do que preso à regras inventadas pelos homens, mas não cabe a mim defini-lo. Aliás, daí já vem uma definição, falamos deus sempre voltado ao gênero masculino, e se for ela? E se não tiver sexo! E se…

Bom, quando estou me enchendo de qualquer tipo de razão e certeza absoluta já me vem esse vídeo na cabeça. O filósofo brasileiro, Mario Sergio Cortella, foi muito feliz ao nos mostrar o quanto o Universo é desconhecido e o quanto subestimamos e menosprezamos o dom supremo do amor, enfim, Deus. Vale a pena investir 9 minutos para assistir:

A única coisa que sei é que esse deus criado e pregado há gerações, castigador, amedrontador, etc, só serve para uma coisa: manipular as massas que não se dão ao trabalho ou não tiveram recursos para raciocinar, pesquisar, e o mais importante, que ainda não aprenderam a olhar para o seu interior, respeita-lo e ouvi-lo. Essa guerra religiosa que acontece há séculos é uma das maiores perdas de tempo que já vi, e se você anda perdendo tempo com isso, repense!

Sâmela SilvaSâmela Silva, é Jornalista por formação, profissional das áreas de Gestão Empresarial e Governança de TI e Palestrante pelo projeto sócioeducativo, Marula Brasil. Curiosa que é, teve a oportunidade de morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto.

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Pé-na-bunda, dado ou tomado, ensina muito! 5 – Família faz parte do pacote.

Da série Coisas que aprendi depois de alguns relacionamentos…

Como toda criança que se preze eu ouvia a conversa dos adultos mesmo brincando de mil coisas ao mesmo tempo, e uma vez ouvi: “Família faz parte do pacote”. Primeiro eu não entendi. Com o passar do tempo pensei: “Que horror, que desnaturado(a)!”. E hoje, eu digo, e que pacote, hein!

Sim, meus amigos, a família faz parte do pacote! Você elege um e ganha uma série de parentes de brinde. E, brincadeiras à parte, isso pode ser uma benção ou um verdadeiro presente grego. Além da personalidade da família em si, tudo dependerá também de como você os recebe, a responsabilidade de dar certo é de ambos os lados.

Sorte com sogras, eu tenho!Eu sempre tive sorte com sogras, todas até hoje se mostraram como uma segunda-mãe, e dos relacionamentos onde chutei ou fui chutada, uma das coisas que mais doeu foi deixa-las. De chegar e ter minhas comidas prediletas à segurança de trocar de roupa na minha frente, eu já passei por de tudo um pouco ao lado delas. E na boa, sempre achei o máximo ser recebida sem frescura e com muito amor! Tenho dado sorte, e vivido nestes “12 anos de carreira”, grandes momentos de reciprocidade.

Mas confesso que sempre vem aquele frio na barriga na hora de conhecer a família dos companheiros. O lugar onde cresceram, ver a forma que foram educados, costumes, vícios, qualidades e defeitos da família que a partir de então passa a ser um pouco sua também. E há horas onde tomamos um susto, “Como um ser tão perfeito pode ter vindo de um núcleo familiar tão estranho”? Sim, isso acontece.

Quando não há sinergia, lascou. Às vezes, a família não faz questão de você. Às vezes, você não começa bem a relação e prevalece o ditado: “A primeira impressão é a que fica”. E aí pronto, está feita a lambança.

Por outro lado, tudo pode começar bem mas um namoro de 3 meses é uma coisa, de 8 é outra e um relacionamento de 2 anos é outra maior ainda. E, de repente, você se vê em meio a tanta confusão, ou desamor, ou desunião, ou problemas financeiros, etc, e em uma família que não é a sua, mas se você se casar/unir, estará assinando uma carta com o seguinte dizer, “Quero participar disso”. Porque é isso que vai acontecer, mesmo que você tente ficar neutro, decisões afetarão seu parceiro, logo afetarão você.

Família muito complicada, será que queremos ou precisamos participar disso?

Família muito complicada, será que queremos ou precisamos participar disso?

Não é fácil. E não estou dizendo pra você abandonar seus amores porque a família tá pra lá da Buscapé. Mas estou dizendo para você observar desde o começo, afinal, você tem poder de escolha, e isso também é uma escolha. Tem gente que tem muita facilidade pra atrair problema, na boa, eu fujo deles! Até porque boa parte do que somos vem da família, se você se horroriza com a família, cuidado! O ser humano adora uma repetição, filhos imitam o comportamento dos pais mesmo dizendo que nunca fariam determinadas coisas como seus pais faziam. Então mais uma vez, observe. E observe-se também, pois você tem defeitos como eles (talvez não os mesmos, mas tem defeitos) e você também vem de uma família que nem sempre vai ser a dos sonhos do seu amado.

Se eu pudesse deixar uma dica, seria: apenas cuide para que a relação seja saudável desde o início e evite misturar as coisas. Observe se há itens que você pode mudar no ambiente para melhorar as relações entre companheiro e família, mas não se esqueça da real importância de cada um. Lembre-se sempre que a família de onde você veio é única e é a base, e quando você se une a alguém, uma nova família se inicia com tanta importância quanto.

*Perdeu os primeiros relatos da série “Pé-na-bunda, dado ou tomado, ensina muito!”? Não se desespere! Confira clicando nos links abaixo! 😉

1 – Vá aproveitar a vida!

2- É bom ser da mesma espécie

3- Seja você mesmo. Mesmo.

4- É proibido mudar! Só que não.

Sâmela Silva, é Jornalista, Consultora em Gestão Empresarial e TI e Palestrante pelo projeto Marula Brasil. Curiosa que é, teve a oportunidade de morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto.

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Pé-na-bunda, dado ou tomado, ensina muito! 4- É proibido mudar! Só que não.

Pé na bunda pode ser bom!Sim sim! Estou de volta para contar o que tantos pés-na-bunda, dados e tomados, me fizeram aprender durante esses 11 anos de carreira. (se você perdeu os primeiros, no fim deste post há links para toda a sequência)

Quando você se apaixona por alguém, normalmente é porque alguns itens que você sempre sonhou como ideais em um companheiro foram encontrados ali. Mas a paixão acontece num piscar de olhos e quando a gente pisca, dificilmente consegue ter uma visão profunda e completa. Com o passar dos dias, você começa a realmente conhecer a personalidade, as manias e opiniões da pessoa e ou você a pede em casamento ou sai correndo.

Se a opção foi continuar no relacionamento, você e sua mochila de expectativas e projeções, já imaginam como tudo vai ser dali pra frente. Ou ao menos como tudo deveria ser. O problema é que as pessoas mudam, umas evoluem, outras regridem, mas fato é que dependendo das experiências vividas e da abertura às novas informações, o indivíduo muda.

Sempre há opções e precisamos ter liberdade para escolherSe a pessoa está regredindo a gente pula fora. Mas e se a pessoa estiver simplesmente mudando, será que sabemos lidar com isso? E se ela estiver evoluindo em uma velocidade diferente da nossa, batendo de frente com nossos caprichos e crenças “únicas”? E se ela simplesmente mudar de ideia? É aí que o que parecia simples, as vezes vira uma troço bem complicado.

Por exemplo, a Sâmela de 10 anos atrás achava que toda a sexualidade diferente do “padrão heterossexualidade” era doença, que maconha era igual a crack, que todo drogado era criminoso, que até os 25 anos de idade deveria estar casada e com ao menos 1 filho e que até aos 30 deveria ter o 1º apartamento, que carro era demais e bicicleta uma coisa imbecil, que o Brasil era o único lugar bacana do mundo, que só coisa cara era coisa boa, que só uma religião era certa e os outros com uma crença diferente iriam para um grande inferno se não obedecessem o deus tão bravo e castigador que me foi apresentado, e por aí vai.

E se o outro quiser algo diferente do convencional? Pense nisso!

É, a gente muda de ideia o tempo todo!

Essa Sâmela não existe mais e se alguém tivesse se apaixonado por ela e não aceitasse e respeitasse todas essas mudanças, provavelmente não estaríamos mais juntos. Logo, querer estar com uma pessoa por muito tempo, significa já aceitar que aquela pessoa é livre e que diariamente terá contato com coisas diferentes que poderão lhe dar mais luz sobre o que realmente importa para sua felicidade individual e da sua comunidade como um todo. E se é você quem está mudando e quer que seu companheiro esteja com você nas novas rotas, minha dica é: haja como um jardineiro e não como um trator. Passar por cima do outro dizendo que ele está errado ou que é lerdo não vai ajudar, mas trata-lo com carinho, fazendo negociações, lhe dando insumos informativos e opções, inserindo-o de forma gradativa e respeitosa, etc, podem facilitar e até acelerar o processo.

O casamento pode ser livre?Não consigo mais imaginar relacionamentos onde eu não possa sentir vontades diferentes, curiosidade, etc. Ontem eu odiava chuchu e hoje quero experimentar, só porque eu disse que eu odiava nunca vou poder sentir o gosto do bendito legume? Eu já ouvi e falei muitos “não’s” e concluo que foi pura falta de segurança e maturidade. É incrível encontrar alguém com quem você possa ser sincero e ser realmente livre. Ninguém precisa gostar e fazer as mesmas coisas que o companheiro, mas se a ideia é ter um relacionamento saudável, maduro e duradouro, penso que é necessário respeitar sem deixar de lado o bom senso e amor próprio pois negar-se também é arriscado, é o famoso “equilíbrio”.

Em minhas experiências entendi que algo que está no topo das coisas vitais para um ser humano ser feliz é a liberdade. Mais um item na lista de quem acha que só o amor basta. Não, não basta, pelo menos para mim não. Quero ao meu redor pessoas que me estimulem, que agreguem, que tragam novidades, que não tenham certezas absolutas, enfim, que entendam que estamos aqui para evoluir e sintam que juntos é muito mais gostoso!

*Perdeu os primeiros relatos da série “Pé-na-bunda, dado ou tomado, ensina muito!”? Não se desespere! Confira clicando nos links abaixo! 😉

1 – Vá aproveitar a vida!

2- É bom ser da mesma espécie

3- Seja você mesmo. Mesmo.

Sâmela Silva, é Jornalista, Consultora em Gestão Empresarial e Palestrante pelo projeto Marula Brasil. Curiosa que é, teve a oportunidade de morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto.

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5 documentários que me tornaram uma pessoa mais bacana

icebergEu não tinha o hábito de assistir documentários (não me pergunte o porquê) mas de uns anos para cá a TV aberta anda tão podre que os canais pagos foram a opção. Ainda bem. Passei a ter contato com diversas coisas bacanas, canais como Discovery (todos), National Geographic, History, etc, se tornaram meus grandes companheiros nos fins de semana e pela 1ª vez, vi uma utilidade real para as horas que eu dedicava à telinha. Depois, a internet se tornou uma grande aliada e qualquer assunto que eu quero pesquisar o Google dá aquela forcinha!

Dentre tantas coisas que assisti nos últimos meses, 5 realmente me fizeram refletir mais e parar de querer opinar olhando somente a parte externa do iceberg. Eu tenho o pensamento de que nada deve ser tomado 100% como verdade, a dúvida é que nos faz caminhar e evoluir, mas esses documentários me abriram janelas, me apresentaram alternativas, me mostraram flexibilidade e não imposições, revelaram dados, etc. Me fizeram ficar pensativa por dias depois de tê-los assistido, me fizeram uma pessoa melhor apenas por ter me permitido olhar por outro ângulo e se eu fosse você também assistiria!

1) The Coconut Revolution (A revolução do coco)

O que é? Esse documentário relata o conflito entre o Governo de Papua Nova Guiné e o movimento pela independência da ilha de Bougainville (a maior das Ilhas Salomão). (saiba mais clicando aqui)

O que aprendi? Que é possível viver de uma forma diferente. O documentário mostra a luta dos moradores locais pelo seu espaço, pelas suas crenças, sua língua e etc. Mais do que isso, mostra como seres humanos unidos podem fazer de uma ilha isolada uma sociedade completa, complexa e livre.

Por que vale a pena? Porque em meio a tanta tecnologia esse grupo nos mostra como viver a partir da unidade e inteligência. É motivador e inacreditável, muitos de nós não teríamos feito metade do que eles fizeram com tão pouco.

2) Porque a bíblia me disse assim

O que é? Relatos reais de pais de religião cristã que se depararam com um grande conflito: filhos gays.

O que aprendi? Que o amor é incondicional. Muitos pais tiveram que se abrir para o novo para não agir com crueldade e indiferença, procuraram auxílio psicológico, se informaram, buscaram fontes, tudo para não romper um dos maiores ensinamentos bíblicos, o amor. Aqueles que não se libertaram perderam tempo, perderam filhos e está em seus olhos o arrependimento até hoje. Aprendi que espiritualidade é bem diferente de religiosidade e eu fico com a 1ª.

Por que vale a pena? Porque este é um assunto antigo mas que ainda estamos tentando entender. E como é difícil para a nossa sociedade, hein? Ao invés de ficar imaginando ou com argumentos sem experiência alguma, o documentário nos dá a possibilidade de sentir na pele o que essas famílias passaram. Nos faz refletir e quem sabe até nos melhorar como pais e mães, ou futuros pais e mães, como no meu caso.

3) A incrível jornada humana

O que é? Uma antropóloga tenta refazer a jornada do ser humano pelo planeta Terra por meio de vestígios arqueológicos. Desde o seu surgimento até os tempos atuais.

O que aprendi? Que a ciência não é por acaso e que muita coisa faz sentido quando raciocinamos sem influências. Há diversas teorias científicas, e como eu disse, “teorias”, entretanto é muito mais simples entendermos nossas raízes quando deixamos que o próprio planeta nos conte por meio de suas rochas, marcas, relevos, climas, objetos e pinturas antigas, etc.

Por que vale a pena? Porque para mim, que cresci com um excesso de informação religiosa, foi ótimo ver por outro prisma. Entendi melhor minhas próprias origens, consegui boas respostas para alguns “por que’s” que nunca me respondiam. É interessante entendermos nosso passado para assimilar o presente e quem sabe imaginar o futuro de forma factível.

4) Quebrando o Tabu

O que é? Um documentário atual onde grandes personalidades como Bill Clinton, Fernando Henrique Cardoso, Gael Garcia Bernal, Dráuzio Varella, Paulo Coelho, entre outros, discutem um tema muito polêmico: drogas. (saiba mais clicando aqui)

O que aprendi? Que há gerações estamos tratando das drogas de forma errada e que há muito interesse por trás disso. Um mundo sem drogas? Utópico. Elas sempre existiram. Estão inclusive na natureza, mas há como conviver em paz. Aprendi que mais uma vez a falta de informação e o preconceito são problemas que estão em nossas entranhas e pra conseguir evoluir vai doer muito, mas é preciso. Entendi a diferença entre descriminalizar e legalizar. E reforcei conceitos que eu já tinha visto em outras leituras e em outros documentários, sobre a real potência de cada droga, tratamentos alternativos, o drogado visto como doente e não como criminoso, etc.

Por que vale a pena? Porque a televisão mostra o que quer sobre isso, e infelizmente o conservadorismo e a religião mais uma vez tem cegado a humanidade. Porque é preciso conhecer mais sobre o assunto para poder discuitir sobre ele, porque podemos ter pessoas ao nosso redor precisando de nós e se formos com a nossa bagagem envenenada em nada ajudaremos.

5) Zeitgeist, O filme

O que é? Eu não sei se posso classificá-lo como documentário, mas é interessantíssimo. Um pouco ousado e você vai sentir vontade de parar de assistir nos 10 primeiros minutos, mas persista, vale a pena. Mostra assuntos polêmicos como o ataque as torres gêmeas nos E.U.A., cristianismo, o sistema bancário mundial, etc, de uma forma que te faz refletir sobre a veracidade dos mesmos. (saiba mais clicando aqui)

O que aprendi? Aprendi a questionar, a duvidar. E pra mim, fazer perguntas e buscar respostas sempre foram os caminhos que levaram a humanidade a evoluir, então… foi ótimo nesse aspecto. É bom ter gente questionando as verdades absolutas, é bom por o cérebro pra funcionar. Você passa a ser mais pé no chão, a respeitar opiniões diferentes e a aceitar que podem existir outras possibilidades e isso é libertador.

Por que vale a pena? Porque apesar de ter itens questionáveis e pobres de fontes realmente confiáveis, nos faz refletir, nos incomoda, gera curiosidade e possibilidades infinitas. É bacana ter contato com esse tipo de coisa!

O legal é assistir sem preconceitos, e claro, não absorver nada como verdade absoluta. Tudo serve para reflexão, estimular a busca pelo conhecimento, dar mais base aos argumentos e claro, aumentar nossos horizontes! Ah, e vale fazer pipoca pra assistir! 😉

Já assistiu algum ou quer compartilhar outro documentário que não esteja aqui? Deixe sua opinião e sugestão aqui nos comentários!

Sâmela Silva, é Jornalista, Consultora em Gestão Empresarial e Palestrante pelo projeto Marula Brasil. Curiosa que é, teve a oportunidade de morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto.

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2012, o ano mais Yin-Yang de todos

Yin-Yang2012 tem sido um ano tão diferente que dessa vez senti vontade de registra-lo. Algo que o resume bem para mim é o antigo símbolo oriental Yin-Yang. Segundo a Wikipedia, Yin-Yang são dois conceitos do taoísmo, que expõem a dualidade de tudo o que existe no universo. Descreve as duas forças fundamentais opostas e complementares, que se encontram em todas as coisas. O Yang é o princípio ativo, diurno, luminoso, quente. Já o Yin, é o princípio passivo, noturno, escuro, frio. Assim tem sido meu 2012, cheio de opostos, contradições, complementos, dúvidas e certezas.

A começar de que no 1º semestre eu estava em solo africano. Não podia ser mesmo um ano comum. Eu poderia dizer qua Moçambique foi um presente grego se pessimista eu fosse, porque cá entre nós, eu teria bons motivos para pensar assim. Saí do Brasil com um emprego estável, salário bacanérrimo para uma mulher de 24 anos, uma casa mobiliada, Leona e eu vivendo na santa paz. Voltei sem Leona, sem emprego, sem dinheiro, sem casa. Uma bela receita para enlouquecer, mas resolvi aceitar a experiência como um real presente. Grego era apenas meu pensamento egoísta sobre isso tudo.

Lembro que comecei Janeiro muito bem, ao lado de amigos muito queridos, um Reveillon meio sem fogos em Maputo mas ok! Estávamos felizes pois estávamos juntos, longe de nossas famílias e amigos de longa data, mas estávamos juntos. Nos dando carinho, ombro, risos, etc. Um fato triste aconteceu, minha professora de inglês foi brutalmente assassinada e passamos dias bem esquisitos, com uma sensação de insegurança e impotência. Fiz meus 25 anos, e foi inevitável pensar que “Eita, 1/3 já se foi, com muita sorte 1/4, e o que foi que eu fiz nesse tempo?”.

Fevereiro e Março foram meses que simplesmente passaram e eu sinceramente não me lembro de algo expressivo. Mas me lembro de um clima estranho no ar, aquele sexto sentido feminino que tentou por várias vezes me avisar sobre muitas coisas e eu com minha incrível capacidade de ignorar, ignorei. Mas Abril foi até bacana, fiz meu segundo safari na África do Sul onde ganhei o céu mais estrelado que já vi na vida, um guepardo (cheetah) a poucos metros fazendo várias gracinhas como um gatinho e babuínos tentando invadir o carro. Além disso, foi o mês em que completei 1 ano em Moçambique e lembro que o saldo foi positivo e até escrevi sobre isso.

Cheetah no Kruger Park, África do Sul

Cheetah no Kruger Park, África do Sul

Um dos 3 babuínos que subiram no carro no Kruger Park, África do Sul! Medo mas bom d+!!!

Um dos 3 babuínos que subiram no carro no Kruger Park, África do Sul! Medo mas bom d+!!!

Em Maio veio a parte grega do presente. O príncipe cansou, o romance acabou e não foi nada divertido pra princesa aqui. Um dos meses mais difíceis de toda minha vida, e só quem ficou do meu lado para entender. Difícil pela dor do susto e difícil pelo maior processo de mudança que já aconteceu comigo. Em um mês muita coisa em mim mudou, muita coisa se foi e muita coisa nova chegou. Foi o mês onde conheci um dos livros mais importantes pra mim até hoje, “A essência do amor” por Osho. E o mês onde me permiti viver como se fosse o último mês de vida! Foi incrível! E teve o festival de artes na Suazilândia, o Bush Fire, que foi o desfecho mais fantástico de África! Onde recarreguei as energias para voltar para o Brasil na vibe certa.

Dançando do Bush Fire 2012!

Dançando do Bush Fire 2012!

Malta (galera) de Moçambique no Bush Fire 2012! Inesquecível!

Malta (galera) de Moçambique no Bush Fire 2012! Inesquecível!

Depois de muito dengo dos meus amigos e não posso deixar de citar Rebeca Lima, Lívia Monteiro, Marcela Figueirêdo, Renata Moraes e Lidi Mendes que estiveram comigo de uma forma que eu serei eternamente grata, chegou dia 12 de Junho, o dia em que embarquei de volta para minha terra. Rsrsrs… (rindo pra não chorar!) E mais uma vez me vi nos metrôs e prédios cinzas de Sampa. Mais uma vez na zona leste, e depois de 4 anos de independência foi o colo de mãe que me acolheu. Que mês estranho. Chorei muito, saudade da Le, achei que não iria me adaptar, por outro lado comecei a rever pessoas queridas, os dias foram passando e vi que difícil seria e está sendo mesmo, mas nada impossível.

Eu e Du no YouPix 2012!

Eu e Du no YouPix 2012!

Julho marcou o início do 2º semestre, e sério, uma nova vida começou. Foi quando um desejo de contar pro mundo como África foi linda e libertadora surgiu. Foi quando eu percebi que ser escritora de literatura infanto-juvenil poderia ser um caminho. Foi quando amigos me convidaram pra pôr a cabeça pra funcionar num projeto bacana no bairro de São Miguel Paulista, o Vizinhando, valeu Beto, Guigo e Du! Dei um pulo em Socorro e Paranapiacaba e foi bem bacana! Mas o mais incrível foi que mesmo querendo distância de relacionamentos, meu amigo Eduardo em pleno YouPix (evento voltado ao público da internet) me mandou um sms dizendo: “Desce para conhecer o Carriço”. Era Felipe Carriço, um cara que escrevia pro Discorra.com assim como eu, líamos os textos um do outro e só. Quando conheci o Fe, pensei “Vai dar merda!”. Rsrsrs… Porque na hora senti aquela sensação de “era isso que eu precisava”. Eu sabia que por mais traumatizada e assustada que estivesse, eu deveria tentar. Estamos juntos até hoje. 🙂

Fe e eu! :)

Fe e eu! 🙂

O mês seguinte foi um marco. Foi quando comecei a visitar escolas públicas e entender como minha experiência em Moçambique poderia contribuir para o meu meio social. Em Agosto, a EMEF Pedro Teixeira me abraçou como uma mãe e nasceu a peça de teatro “Marula Brasil – A terra de Kianga, Thairú e o Feitor de Pão”.

Eu e o vô Heraldo!Setembro, veio a confirmação, nascia o projeto Marula Brasil. Ainda engatinhando, imaginando como seria. Dei um pulo em Itatiba, mais uma pequena viagem para alimentar esse bichinho que adora uma mochila nas costas. Conheci Fernanda Galli, a correspondente da Argentina do meu 1º blog, o A grama da vizinha. Mas o maior presente foi ter conhecido pessoalmente meu avô paterno, o galego pernambucano de olho azul, Heraldo. Foi ele quem casou com a quase índia Ete, minha avó querida. Um marinheiro que foi se aventurar, e que só conheceu os netos paulistanos neste ano. Ouvir suas histórias, poder abraçar, cheirar, beijar. Esse foi um dos dias que entendi o porquê de estar no Brasil novamente.

Outubro foi a correria mais deliciosa! O projeto ganhou forma, a amiga e psicóloga Patricia Lira veio me auxiliar e assim nasceram as Vivências em escolas públicas. Foi um mês desafiador, preparar material, pensar na didática e dinâmicas, visitar escolas para fechar agenda. Fui muito bem recebida e mais uma vez senti: tudo valeu a pena!

Ah, Novembro… um dos melhores meses da minha vida! Nunca fui tão feliz profissionalmente. Sim, profissionalmente porque apesar de tudo ter sido feito de forma voluntária, eu palestrei sobre algo que acredito e senti que trabalhar das 7h da manhã as 18h, chegando rouca, com as pernas doendo, boca cortada de tanto falar prejudicando minha alimentação, esgotada mentalmente pois as crianças e adolescentes realmente não estão fáceis, saúde dando sinais de esgotamento devido ao estresse de todo esse ano, pegando piolho já na 1ª semana de projeto, rsrs… enfim, mesmo com tudo isso, no fim do dia eu estava realizada! Feliz! Dia 30 de Novembro foi o dia da apresentação da peça de teatro e sim, eu pisei no céu e voltei! Valeu a pena! Aos professores queridos da EMEF Pedro Teixeira, meu muito obrigada em particular, vocês foram incríveis! E os amigos que também auxiliaram de forma voluntária meu mega, OBRIGADA! 🙂

Vivências Marula Brasil - EMEF Gov. Mário Covas

Vivências Marula Brasil – EMEF Gov. Mário Covas

Eu, Pati  e crianças no projeto!

Eu, Pati e crianças no projeto!

Vivências Marula Brasil

Pai e mestres experimentando Moçambique, experimentando África!

Pai e mestres experimentando Moçambique, experimentando África!

Professores no cenário da peça "Marula Brasil - A terra de Kianga, Thairú e o Feitor de Pão"

Professores no cenário da peça “Marula Brasil – A terra de Kianga, Thairú e o Feitor de Pão”

Alunos e professores eufóricos após a apresentação do teatro! (foto por Vanderson Atalaia)

Alunos e professores eufóricos após a apresentação do teatro! (foto por Vanderson Atalaia)

Chegou Dezembro. E surgiu uma tela em branco a ser pintada. Apesar de assustador, senti algo muito bom em relação ao “não saber”. Tudo é possível. Várias opções. Voltar a trabalhar em grandes empresas como foi antes de África, investir no projeto para que ele se sustente e não deixemos de atender esse público tão carente esquecido pelas autoridades e pela própria sociedade. Enfim, várias possibilidades.

Soneca com Leona, tempos bons que já já vão voltar!

Ainda não tenho todas as respostas, não sei como o próximo ano será. Dias aflitos, dias calmos onde uma certeza de que tudo correrá bem pois a lei do retorno existe, dias neutros, dias eufóricos. Todos eles estão me preparando para 2013. Um ano em que desejo ser feliz acima de tudo. E hoje, o que me traz felicidade é bem diferente. Uma nova Sâmela, muito melhor do que antes. Um ser humano melhor. E lógico, desejos novos. De antigo mesmo só desejo Leona e isso acontecerá em breve. De resto, que tudo se faça novo!

Sâmela Silva, é Jornalista, Consultora em Gestão Empresarial e Palestrante pelo projeto Marula Brasil. Curiosa que é, teve a oportunidade de morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto.

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Pé-na-bunda, dado ou tomado, ensina muito! 3- Seja você mesmo. Mesmo.

Todo mundo já ouviu essa frase, “Seja você mesmo”. Mas será que realmente entendemos a profundidade deste apelo? Acredito que quando psicólogos e terapeutas reforçam esta necessidade, é porque eles tem uma lista imensa de histórias terríveis e traumas profundos pelo simples fato do infeliz não ter sido sincero consigo e com o parceiro.

A gente sabe que o momento da conquista, o famoso primeiro encontro, é rodeado por uma sensação involuntária e selvagem de “caça e caçador” e não queremos que nada dê errado. Mas, se já na primeira oportunidade encarnarmos um personagem, significa que nem de nós mesmos gostamos. Se não queremos que o outro nos veja como somos, é porque ainda não nos aceitamos. Então, antes de se amarrar, meu amigo, sugiro que você se reconheça, se aceite, mude o que acreditar ser bom para a sua felicidade e principalmente, se ame. Depois disso, você terá condições de oferecer algo à alguém.

O nome dessa situação é: mentira. Simples assim. E quem sofre com isso é você e quem você tanto queria fazer bem. Em um determinado momento, e, acredite, ele chega mais cedo ou mais tarde, você vai enlouquecer e decepcionar a pessoa que saberá que estava ao lado de outro indivíduo, diferente daquele dos primeiros meses de relacionamento. Isso é tão cruel para você quanto para o outro. Uma vez ouvi a seguinte frase e guardei: “Se apaixonar, é quando você encontra alguém com quem você possa ser você mesmo”. Hoje sinto que é isso mesmo.

Fora que a pessoa além de ter o direito de saber para quem está se entregando, precisa ter a consciência de que as pessoas mudam. Vivemos experiências, conhecemos coisas novas e isso nos molda. Imagine se o ser iluminado que está ao seu lado além de conviver com suas mudanças diárias, ainda ter que aceitar que tudo aquilo apresentado no início era um conto de fadas? Nessa hora, na maioria das vezes, vai cada um pra um lado porque sem perceber você tocou em um dos pilares que sustentam qualquer relação: a confiança.

Se sua intenção é uma noite e nada mais, encarnar diversos personagens pode até ser divertido, mas quando você sossegar e quiser viver algo mais profundo e duradouro, sugiro que fique nu de todas as tranqueiras que não formam você, e revele sua essência ao escolhido. A sensação de acordar ao lado de um estranho é uma das mais bizarras, então, se você baba ao dormir, babe. Se você gosta de dançar pelado, dance. Se você ama dormir muito, durma. Se você curte sertanejo, curta. Se você é ateu, seja. Se seu lance é mudar tudo o tempo todo, mude. E se sendo você mesmo alguém disser “Eu te amo” e for recíproco, escancare as portas do seu coração!

*Perdeu os primeiros relatos da série “Pé-na-bunda, dado ou tomado, ensina muito!”? Não se desespere! Confira clicando nos links abaixo! 😉

1 – Vá aproveitar a vida!

2- É bom ser da mesma espécie

Sâmela Silva, é uma brasileira, que de viagem em viagem, foi morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto. Jornalista e Consultora em Gestão Empresarial, vem descobrindo o mundo e se descobrindo por meio de ideias rabiscadas nos bloquinhos virtuais.  LinkedIn | Twitter | Facebook | Blog “A grama da vizinha”

Dia das Crianças: o presente é deixar seu filho ser ele mesmo

Amanhã é mais um 12 de Outubro! Uma data colorida onde boa parte das broncas e regras são deixadas de lado por 24 horas e o dia é todinho dos pequenos. Mas… e os outros 364 dias do ano?

Eu não sou mãe, então ainda não poderei caraminholar como tal, mas sou filha e vim aqui fazer um humilde pedido de presente: embrulhem a liberdade e dêem de presente aos seus filhos! Hoje com 25 anos, era o único presente que eu gostaria de ter ganhado. A oportunidade de crescer em paz. Tenho muita pena de ver crianças crescendo sendo bombardeadas com opiniões, crenças e sonhos que nem são delas. Mas as coitadinhas são tão pequeninas que só sabem absorver e não se defender. Aí crescem e se tornam o que a humanidade é hoje. Um aglomerado de gente com vícios, preconceitos, baixa-estima, com problemas psicológicos dos mais variados e sem identidade, sem saber quem são e para o quê vieram.

Eu cresci dentro da igreja, uma religião foi imposta à mim. Eu não tive escolha. Tive escolha aos 18, quando vi que aquele monte de ideias fantasiosas e primitivas já não serviam mais pra mim, e aí virei a “rebelde”. Bom, mas voltando, cresci ouvindo uma enxurrada de regras e sem entender boa parte delas. Fui impedida de experimentar coisas simples como festas de Haloween ou a delícia das Festas Juninas e Julinas porque a religião não permitia. Eu não ía para a escola nesses dias, e se eu voltasse com docinhos de Cosme e Damião pra casa, ah… ía tudo pro lixo. Isso na cabeça de uma criança, que tem referências e proporções muito diferentes dos adultos, é muito cruel. Respeito as diferenças, mas defendo a escolha. Quando a criança, o adolescente, enfim, o ser humano, optar por seguir determinada crença após lhe ter sido apresentada a riqueza das diferenças, aí estará a liberdade e o amor. Se a criança crescer e depois de conhecer e se tornar consciente, optar por ser padre, hippie, arquiteto ou uma panicat, ok!

A criança vai “enchendo a mochila” de porcaria, nem faz as perguntas e os pais já lhes dão as respostas. Rosa é de menina, azul é de menino, saia é de menina, calça é de menino, e mais uma c*r*lh*d* de ideias imbecis que um dia algum ser inventou e com certeza foi pra lucrar de alguma forma. Eu queria ter crescido livre. De uns 4 anos pra cá, me deparei com a “minha mochila” cheia de cacarecos e sabe o que é pior? Pra se livrar dessa tralha toda dói, dói muito. Porque a gente passa a acreditar que a lixarada são verdades, que não é possível ser feliz sem todas aquelas coisas. Quando você enxerga que você pode ser do jeito que quiser e acreditar ser o melhor para a sua evolução, é incrível, mas as crenças já se tornaram tão profundas que só com muita força de vontade e persistência você consegue se libertar.

Não culpo os pais, e os meus pais, por isso. Todos eles também foram criados assim, são gerações e gerações repetindo as mesmas bobagens. Mas alguém tem que romper isso, e espero ter a sabedoria de interferir somente quando muito necessário na minha vez. Meus pais me amaram da maneira que julgaram ser a certa e acredito que muitos pais hoje fazem o que fazem por acreditar nisso. O problema é que a maioria ama como os ensinaram a amar, e amor é algo que não se ensina, só se sente. Amor é algo natural, igual a fome e a sede. “Se você ama tem que impor limites, tem que disciplinar, tem que proibir, tem que, tem que, tem que”. Tudo que começa com “tem que” eu já desconfio. Muitas coisas são até bacanas, mas é necessário ponderar. Quantos acharam que proibindo teriam filhos “exemplares”, e depois viram os mesmos filhos tão podados, que estudaram nos melhores colégios e que viviam enfiados na igreja, entregues às drogas, meninas grávidas e etc? Estes pais e filhos devem ter se lembrado de tudo e esquecido do mais importante: amar.

Um livro que me ajudou a enxergar o quanto eu estava cheia de preconceitos e ideias errôneas foi “A essência do amor” de Osho, um sábio indiano que deixou um legado como tantos outros sábios, Gandhi, Jesus, Buda, Chico Xavier, Madre Tereza, e milhares de outros que nascem e morrem e nem temos conhecimento. Nesse Dia das Crianças meu presente seria para os pais, queria que cada ser nesse mundo tivesse a oportunidade de ler este livro, além de outros de diversas origens.  Assim, com um monte de opções e ideias diferentes, acredito que as escolhas seriam mais sensatas.

Eu cresci e na boa, nada “adiantou”. Levo minha vida do jeito que quero e acredito ser o melhor para mim e para o mundo. Tenho amigos gays, heteros e bissexuais, altos, baixos, gordos, magros, negros, brancos, católicos, evangélicos, espíritas, macumbeiros, hindus, muçulmanos, que fumam, que tem tatuagem, que não tem, que tomam banho, que não tomam… a lista é grande! 🙂 Hoje, sou livre. Hoje posso ser eu mesma, mas é terrível esperar 18, 21, 24 anos para sentir essa sensação.

Eu! 9 anos de idade com cara de “tire essa foto logo e devolva minha roupa normal” rsrs… e hoje aos 25, amando o Festival de Artes Bush Fire na Suazilândia, país africano.

No vídeo abaixo, uma criança se depara pela primeira vez com um casal gay e a reação dela? Ela não tem frescura, não tem preconceito, resumindo, ela os convida para participar de sua vida! A pobreza do mundo acontece quando perdemos nossa inocência, quando deixamos de ser criança.

E para quem acha difícil se reinventar, mudar de opinião, fica preocupado com o que a sociedade e a família vão dizer, recomendo o documentário abaixo. Trata-se de um relato verídico de pais religiosos que tiveram que enfrentar seus preconceitos para não deixarem de lado o bem supremo, o amor. Nele há um depoimento incrível de uma mãe que não conseguiu se libertar de suas teorias e perdeu sua filha para o suicídio. Ela diz que jamais se perdoará por não ter acordado a tempo. Assistam, vocês não vão se arrepender. Através do vídeo abaixo vocês encontrarão todos os capítulos legendados e poderão assistir o documentário na íntegra.

Singela opinião de quem sentiu na pele a pressão de uma sociedade hipócrita e egoísta.

Feliz Dia das Crianças à todos os pais e mães!

*Leia e assista minhas recomendações como uma criança, sem preconceitos 🙂

Sâmela Silva, é uma brasileira, que de viagem em viagem, foi morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto. Jornalista e Consultora em Gestão Empresarial, vem descobrindo o mundo e se descobrindo por meio de ideias rabiscadas nos bloquinhos virtuais.  LinkedIn | Twitter | Facebook | Blog “A grama da vizinha”

Pé-na-bunda, dado ou tomado, ensina muito! 2- É bom ser da mesma espécie

Sabe aquela história de “os opostos se atraem”? Então… 

Os opostos se atraem mesmo, vide o lado positivo e negativo das pilhas, mas olha, se tratando de seres humanos que desejam um relacionamento baseado em companheirismo, presença e cumplicidade, acho que pode ser uma combinação bem arriscada. Eu explico. Agindo no impulso e na paixonite aguda, escolhi pessoas que na maioria das vezes eram o oposto de mim em quesitos essenciais. Ser diferente é bacana, procurar alguém igual é utópico, mas se a pessoa for extremamente diferente nos itens que você tem como base para a sua vida, uma hora o bicho vai pegar.

Por exemplo, sou do tipo que gosta de conversar, ir em exposições, teatros, shows, viajar. Não tenho uma religião definida, gosto de aventuras, de experimentar coisas novas, fico mais segura ao planejar, sou controlada financeiramente, e mais algumas outras bobagens. Pra completar sou romântica, amo surpresas, demonstrações de afeto, etc, mas é incrível como eu sempre tive a capacidade de atrair pessoas que estão c*g*ndo pra tudo isso. Flores então! Eu adoro, e só ganhei uma vez, e foi aquele buquet que veio junto com um “Eu te amo” que me fez fugir. Vai entender… Bom, o problema é que, das duas uma:

Você se frustra

Você vai esperar atitudes e elas não virão. Mas como todo bom apaixonado, você sempre ficará na esperança de que a pessoa abra exceções de vez em quando, que inove, etc, e aí vem uma das mais torturantes sensações: a expectativa. Essa palavrinha tem o poder de te levar do céu ao inferno em segundos. Esperou, não ganhou? Se frustrou. Simples assim.

ou…

Você se anula

Para sustentar o relacionamento e não se frustrar, você começa a abrir mão das coisas. Daquelas coisas que eram essenciais pra você, que te faziam feliz. De repente, surge um vazio, um algo grande que você não sabe o nome, mas sabe que aquilo não estava ali, que era de outro jeito, você era de outro jeito. E quando menos esperar, você tende a explodir e a querer viver tudo o que deixou de viver, ou, com 50 anos vai se questionar “Que chatice, o que eu fiz da minha vida?”.

Ter alguns itens diferentes é normal e gostoso porque você conhece coisas novas, experimenta, se reinventa através das novas experiências. Mas quando você junta água e óleo… Bom, se você não sabe o que acontece, corra para a cozinha e faça a experiência. Pra mim, é exatamente o que acontece na vida real. Se você for indiferente e não se importar com esse distanciamento, ok! Seja muçulmano e case-se com uma defensora dos homossexuais e dos direitos da mulheres. Vai dar super certo… Só que não.

O pior disso tudo ao meu ver, é que sem perceber, na maioria das vezes, vocês estarão indo para lados opostos. Estarão sozinhos em seus anseios, atos e planos. E esse tipo de relacionamento já não combina comigo. Se for pra estar sozinha em tudo, fico sozinha então. Decidi que agora quero encontrar partilha, vivência de novas experiências de mãos-dadas, e se for algo bizarro, tipo saltar de paraquedas, eu entenderei se a pessoa só quiser me acompanhar e vibrar em terra firme e farei o mesmo por ela caso ela queria comer buchada de bode! Rs…

Enfim, antes eu achava que só amor e paixão bastavam, mas depois de 11 anos de carreira e um semi-divórcio cheguei à conclusão de que para manter um relacionamento feliz e duradouro é preciso muito mais do que essa parte conto-de-fadas da história, e esse “mais” conto nos próximos causos!

O que vocês pensam sobre isso? Compartilhem comigo aqui nos comentários do post!

Perdeu o 1º relato da série “Pé-na-bunda, dado ou tomado, ensina muito!”? Não se desespere! Confira clicando no link abaixo! 😉

1 – Vá aproveitar a vida!

Sâmela Silva, é uma brasileira, que de viagem em viagem, foi morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto. Jornalista e Consultora em Gestão Empresarial, vem descobrindo o mundo e se descobrindo por meio de ideias rabiscadas nos bloquinhos virtuais.  LinkedIn | Twitter | Facebook | Blog “A grama da vizinha”