Cada reviravolta é importante. Porque quando você se revira, descobre outros lados, o de trás, o de cima, o de dentro. Tem gente que planeja reviravoltas, uma mudança de cidade, um intercâmbio, um corte de cabelo inesperado, mas na maioria das vezes elas vem sem avisar.
Eu me lembro de muitas reviravoltas. Muitas mesmo. Algumas, como eu disse, a gente até “trama”, mas outras nos atropelam. Essas que são como um trem, são as mais incríveis pra mim. São as que nos desafiam a ver o lado bom de um atropelamento (tão irônico quanto a vida mesmo)! E como toda boa reviravolta, acredito que o lado mais fantástico realmente é o avesso. O nosso avesso. Bom seria se parássemos para analisar e nos auto-conhecer sem precisar de grandes choques, mas temos a mania de reagir e não de simplesmente, agir. E, entre uma descarga elétrica e outra, vamos nos construindo, e o melhor, reconstruindo.
É assustador ver que a quantidade de certezas que tínhamos antes já mudou. Faça um teste, tente relembrar das coisas que você acreditava há 10, 15 anos atrás. Essas coisas são as mesmas hoje? Tudo aconteceu como você planejou? Uma hora você sabe com quem vai casar, tem até o nome dos filhos, sabe que profissão vai exercer até o fim da vida, sabe em qual deus acreditar e sabe exatamente o que é certo e o que é errado. Até que vem a linda da reviravolta e muda tudo! Na hora dói, a gente estranha, afinal adoramos ter o controle de tudo e saber exatamente onde pisamos, mas depois, com o olhar certo, a gente enxerga além. Algumas certezas se tornam mais fortes ainda, outras somem como se nunca tivessem existido. E o mais libertador, a gente vive a experiência do “não saber”.
O não saber, apesar de assustador no início, faz a gente ter um leque de opções, faz a gente se sentir livre para ser e fazer o que quiser. Então eu torço para que pelo menos saibamos reagir cada vez mais rápido às mudanças. Sem enlouquecer por não saber o final do livro! Das reviravoltas mais terríveis às mais deliciosas, que consigamos superar e aproveitar cada fase. Da fase da dor ao período sublime, tudo é importante e faz parte desse aprender e desaprender eterno que é viver.
Deixo uma música que sutilmente fala das nossas (in)certezas! Fica aí o convite para olhar diferente para as reviravoltas da vida! 😉
Sâmela Silva, é uma brasileira, que de viagem em viagem, foi morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto. Jornalista e Consultora em Gestão Empresarial, vem descobrindo o mundo e se descobrindo por meio de ideias rabiscadas nos bloquinhos virtuais. LinkedIn | Twitter | Facebook | Blog “A grama da vizinha”