Por que compartilhamos e gostamos da família “Para nooooossa alegria”?

Estou me fazendo essa pergunta! Já faz algum tempo que coisas bizarras, esquisitas e despretenciosas viram hit na internet. Espera aí, você não sabe quem é o trio “Para nossa alegria”? Então, antes de qualquer coisa, assista:

Bom, vou esperar você se recuperar das gargalhadas! Rsrs…

Pronto!

Família “Para nossa alegria” no programa “Mais você” da apresentadora, Ana Maria Braga.

Este vídeo do trio brasileiro, Jefferson, Suellen e a mãe, Marinalva, foi compartilhado por mais de 40 milhões de internautas em 2 semanas, e a expressão “Para nossa alegria” virou jargão por todo canto. Até quem não tem internet entrou na onda porque, claro, eles foram convidados e mostrados até a exaustão em todos os meios de comunicação possíveis no Brasil. (ainda estão sendo) Ao cantar a música gospel “Galhos Secos”, que você pode conferir na íntegra aqui, a família perdeu as estribeiras quando Jefferson subiu o tom de voz mais do que o aceitável nesta galáxia. 🙂

Pensando no comportamento humano, parei para refletir sobre o verdadeiro motivo do sucesso repentino destes péssimos cantores mas carismáticos seres, e cheguei a seguinte conclusão:

ESPONTANEIDADE

Enquanto nos matamos para tentar fazer algo que preste e ser reconhecido por isso (no meu caso para vocês lerem, gostarem e compartilharem meus posts, rsrsr…), eles foram despretenciosos e pumba! Acertaram em cheio. Principalmente, porque acredito que diariamente somos bombardeados por tanto conteúdo complexo que quando nos deparamos com algo tão espontâneo e simples, faz toda a diferença.

Além disso, eles representam uma boa parte das famílias brasileiras, desprovidos de muito luxo e etiqueta o que faz a gente rir mais ainda. Só não sei se por achar “coitados” ou por achá-los engraçados mesmo. É, a comunicação tem dessas coisas, mexe com o nosso inconsciente o tempo todo e a gente jura que não. E pô, a gente enquanto povo, tem tanto motivo pra chorar que uma gargalhada como a da Suéllen faz melhorar a sensação de impotência perante a tantos problemas!

Um outro comportamento nosso também mudou de uns anos pra cá, queremos compartilhar! Não queremos mais guardar nada só pra gente, temos que mostrar! Isso auxiliou e muito nos 15 minutos de fama do trio e de todos os outros que tem aparecido por aí, ou já se esqueceram da Luíza que estava no Canadá? 😛 Pra quem é ligado nas redes sociais como eu, sabe que o dedinho coça pra “curtir” e “compartilhar” inúmeras coisas que julgamos bacanas na web. Mas isso já é assunto para outro post! 😉

Aqui em Moçambique, esse efeito “meme” ainda está engatinhando, já que um minúsculo percentual da população tem acesso a internet, e há pouquíssimo conteúdo moçambicano feito especialmente para este público. Neste 1 ano que estou aqui, acho que o único exemplo de viral que me lembro, foi a versão em Xangana (dialeto típico de Moçambique) da música brasileira “Ai se eu te pego”. Mas daí você já pode perceber que há pouco conteúdo mesmo… Eu sou da galera que gostaria que o Brasil estivesse exportando coisa melhor, mas aí vai o vídeo pra vocês rirem mais um pouquinho:

E você, por que riu/compartilhou o vídeo dessa família peralta?  O que acha desse onda de memes na internet?

Sâmela Silva, é uma brasileira, que de viagem em viagem, foi morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto. Jornalista e Consultora em Gestão Empresarial, vem descobrindo o mundo e se descobrindo por meio de ideias rabiscadas nos bloquinhos virtuais. LinkedIn | Twitter | Facebook | Blog “A grama da vizinha”