Nem todo mundo nasce sabendo o que vai ser quando crescer, e isso não é um problema!

Sabe quando você está beirando os 18 anos e parece que de um dia para o outro decidiram que você tem que “crescer”? É nessa hora que podemos nos dar bem ou fazer grandes m#@*&s. Eu ainda não sou mãe, mas sou filha e senti na pele um pouco dessa pressão numa fase onde o que a gente precisa são de itens como espaço, tempo e liberdade.

Dentre tantos assuntos que rondam nossa maioridade, acredito que o mais nocivo é o profissional. Nessa idade disseram que já temos que saber o que fazer, o que ser para o resto da vida. Rsrsrs… desculpem, não resisti a risada. É louvável quem consegue definir a carreira desde cedo, mas é super compreensível que você, aos 18 anos, muitas vezes tão reprimido e podado não saiba o que fazer com o excesso de mudanças e responsabilidades que  são atiradas no seu colo no fatídico aniversário.

Não, não acredito que já tenhamos que saber tudo. Eu não sabia. Só sabia que tinha uma certa facilidade para escrever e que era boa nas aulas de Educação Física, mas ainda não visualizava como estas “aptidões” poderiam se tornar rentáveis e satisfatórias. Sim, porque somos de uma geração que gosta de grana mas que também já subiu os andares de Maslow e precisamos estar felizes, realizados.

Aos 13 anos minha poesia foi escolhida para entrar no livro “Talentos” do Colégio Objetivo, onde eu cursava a 7a série. Acredito que foi por essas e outras que entenderam que eu deveria “seguir carreira”. O texto falava de um filho que sugeria pra mãe a compra de um terreno na Lua como fuga do planeta Terra. Aí vai um trechinho…
“Nas ruas lotadas
A criança pergunta:
-Mãe, q tal um terreno na Lua?
A mãe sem jeito fica calada.
Seria uma boa ideia
Para o nosso povo guerreiro.
O mundo vai fazer uma assembleia,
Para decidir qual classe social vai primeiro.”
E aí, acham que eu levava jeito? 😉

No fundo, quando fiz 18 anos, eu queria 1 ano de “férias”. Por mais bacana que todos os meus períodos acadêmicos tivessem sido, eu não queria mais 4 de algo que eu ainda não tinha certeza e que mudaria minha vida para sempre. Mas mesmo consciente de que aquele ano deveria ser um ano de pausa para refletir, quem sabe procurar um psicólogo, fazer testes vocacionais, fazer um cursinho pré-vestibular, ou algo assim, um sentimento (mais dos outros do que meu) falou mais alto, o sentimento de “perder tempo”. Para pessoas mais próximas eu iria perder tempo, não os culpo e nem me culpo, não tivemos recursos para sair um pouco do ciclo moldado que se tornou nossa vida estudantil. Me rendi e acabei entrando na faculdade de Comunicação Social com ênfase em Jornalismo.

Hoje, aos 25 anos, depois de muito experimentar, entendi que algo que realmente me preenche é o fato de escrever e ser lida. De ideias soltas à peças de teatro, tenho rabiscado algumas coisas e sentido um arrepio gostoso ao imaginar que um dia posso escrever um livro. Graças ao “anjo da carreira desenfreada”, a faculdade de Jornalismo que cursei se encaixou nesta descoberta! (ufa!) Mas poderia não ter se encaixado e por mais que tudo seja aprendizado, 4 anos, são 4 ANOS, muito tempo e muito dinheiro caso você não passe em uma faculdade pública.

Entre correr riscos ou não, como filha, digo aos pais que observem, perguntem e sintam como andam as expectativas dos seus filhos e mais do que isso, estejam abertos a novas ideias! Nem sempre o que disseram ser o certo é o melhor, pois somos todos diferentes! (ainda bem) Parar um pouco e passar por um período de descoberta e reflexão de forma estruturada e amparada, por exemplo, pode ser a escolha mais correta e frutífera!

Ninguém precisar sair como um carro desgovernado só porque alguém disse que isso é o “normal”, cada um tem um ritmo, uma vivência e uma personalidade. Se você nasceu sabendo que seria um bombeiro, ótimo, se não, vá queimando o dedinho nas experiências até encontrar o caminho certo! 😉

Comentem e contem para mim como foi ou está sendo na vez de vocês!

Sâmela Silva, é uma brasileira, que de viagem em viagem, foi morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto. Jornalista e Consultora em Gestão Empresarial, vem descobrindo o mundo e se descobrindo por meio de ideias rabiscadas nos bloquinhos virtuais.  LinkedIn | Twitter | Facebook | Blog “A grama da vizinha”

3ª Gentileza para auxiliar na adaptação profissional de um estrangeiro: Aprenda e ensine!

E cá estamos na 3ª Gentileza que pode facilitar a vida de qualquer um, em uma mudança radical como trabalhar fora, por exemplo. Na 1ª Gentileza falamos sobre o quanto obter informações sobre o novo lugar é importante e na 2ª, vimos que não custa nada aprender um bocado do idioma local. Hoje, vou compartilhar com vocês o que senti no dia-a-dia: a gente exije que todos saibam tudo mas nem sempre nos colocamos à disposição para ensinar e aprender também. Um profissional qualificado e atualizado é desejado em qualquer empresa. Para ser contratado no exterior, isso pode ajudar muito. Aliás, muitos estrangeiros são contratados pois as empresas não conseguem encontrar na população local, profissionais com os requesitos necessários para uma determinada vaga. Neste último caso, o estrangeiro contratado pode utilizar este conhecimento para o bem ou para o mal.

Se ele for “do bem”, a ideia vai ser compartilhar o conhecimento e  ser um exemplo de cooperação e de trabalho em equipe. Os antigos índios brasileiros trabalhavam assim, todos tinham a oportunidade de aprender tudo e com isso as aldeias se desenvolviam cada vez mais rápido e de forma harmoniosa.

Se ele optar pelo lado ruim, das duas, uma: ou ele será um profissional egoísta, que guardará o conhecimento à 7 chaves, se tornando arrogante e indesejado, ou ele vai querer mudar tudo o que encontrar pela frente pois, para ele, apenas a forma que ele conhece de fazer as coisas é a correta.

DIFICULDADE: Você domina sua profissão, mas em um novo contexto histórico-sócio-cultural talvez você tenha que reaprendê-la. Sim, isso pode acontecer. Todos nós sabemos que “aprender” é uma tarefa eterna, mas na prática alguns profissionais caem no erro de julgarem que já detém todo o conhecimento possível.

GENTILEZA: Esteja aberto a novas sugestões, oportunidades e feedbacks. Isso apenas lhe trará mais conhecimento, o que é ótimo. Se tiver a oportunidade, discemine conhecimento por onde passar, como diz o velho ditado: “Quando você, com a sua vela, acende uma outra, você não perde a sua própria luz. Apenas ilumina mais ainda o lugar”.

Sâmela Silva, é uma brasileira, que de viagem em viagem, foi morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto. Jornalista e Consultora em Gestão Empresarial, vem descobrindo o mundo e se descobrindo por meio de ideias rabiscadas nos bloquinhos virtuais. LinkedIn | Twitter | Facebook | Blog “A grama da vizinha”

2ª Gentileza para auxiliar na adaptação profissional de um estrangeiro: Absorva o idioma local.

Dias atrás, falei sobre o que acredito ser uma 1ª gentileza dos profissionais estrangeiros para auxiliar e acelerar o próprio processo de adaptacão, INFORMAR-SE. Hoje, ainda dentro da sequência de gentilezas que podem facilitar sua vida profissional em uma nova sociedade, há uma especialmente desafiante, o idioma. Parece óbvio mas na prática, há profissionais que acreditam que o mundo deve se adaptar a eles, ledo engano. Essa relação é uma via de mão-dupla e exige compreensão e dedicação de ambos os lados. Quando vim para Moçambique fiquei mais tranquila por saber que aqui se fala Português, o problema é que o Português brasileiro é quase um segundo idioma e aqui, o Português é mais parecido com o de Portugal, somado a itens de dialetos africanos. Não entendia boa parte do que falavam, as pessoas também não me entendiam, e isso me deixava muito mal. Foi aí que me dediquei a ouvir e aprender.

Faço questão de facilitar a comunicação e assumo o sotaque e as expressões locais quando julgo necessário. Sinto que isso me aproxima do povo moçambicano e eles valorizam este esforço. Isso não é regra, não há a obrigação de se aprofundar na linguística de um novo idioma, mas se a ideia é agilizar e auxiliar no processo de integração, este é um atalho.

DIFICULDADE: O idioma. Se você é fluente no novo idioma, ótimo, se não, as coisas podem complicar. Perder partes importantes de reuniões de trabalho, escrever mal um relatório ou e-mail, entre outros, podem lhe colocar em situações embaraçosas.

GENTILEZA: Estude e quando não souber, pergunte ou pesquise em um outro momento. Se esforce para aprender as expressões, a sonoridade das palavras, e até mesmo as gírias do local, afinal você vai interagir com pessoas diferentes o tempo todo. Evite criticar a todo momento o uso gramatical que o novo idioma pode ter. Rir do novo sotaque e fazer piadas em momentos inoportunos, assinam sua carta de imaturidade. Eu já presenciei situações assim, e acreditem, é extremamente desagradável.

E você, já teve alguma experiência neste sentido? O que acham?

Sâmela Silva, é uma brasileira, que de viagem em viagem, foi morar em Moçambique, África, onde o despertar pela escrita falou mais alto. Jornalista e Consultora em Gestão Empresarial, vem descobrindo o mundo e se descobrindo por meio de ideias rabiscadas nos bloquinhos virtuais. LinkedIn | Twitter | FacebookBlog “A grama da vizinha”